sexta-feira, 3 de abril de 2009

O Candomblé Mais Antigo do Brasil é Jeje.



Haviam muitas fugas de escravos das fazendas canavieiras em meados do século XVI para a localidade de Tanque do Barreiro em Maragojipe, Bahia, tanto que com a intenção de conter tais fugas ficou proposto que aos escravos que contribuissem com seu trabalho na construção do açude local seria dada alforria. Os escravos que fugiam iam formando a comunidade quilombola da localidade do Pinho que deu origem a casa de culto vodún fundada em 1568 e que é muito anterior a formação da população Mahi no Benin, portanto, ser considerado um Candomblé Jeje Dahomey, também mais de dois séculos antes da formação do ëgbë (sociedade do candomblé) pelo modelo nagô do Candomblé da Barroquinha, por isto seu modelo é genuinamente próprio, e anterior a própria formação do Dahomey, porém, com este nome se distinguem culturas, principalmente a dos mahis, que se formaram posteriormente, e para o Brasil, também, foram vendidos como escravos. Em suma: O Pinho é Djedje (Jeje).
Historicamente sabemos que após a consolidação da dinastia real de Abomey pelo Príncipe Agassouvi Aho, apelidado Houegbadja, no início do século XVII da era cristã, as sucessivas ocupações de imigrantes aumentaram a região Alladanu e o Planalto de Abomey, e contribuíram para a formação do grupo étnico Fon, então podemos observar que o Candomblé do Pinho é mais antigo que a formação do grupo étnico Fon do Benin, tendo herdado costumes diretamente ewe-adja.
De tradição culturalmente reservada, indevassável aos olhos curiosos do leigo, mas de difícil entendimento, pelos herdeiros da terra, culturalmente abençoada pelo vodún, acerca de ser a Roça do Pinho um bem cultural para a humanidade, fazendo parte da História do Brasil, dos quilombos e da triste história da escravidão africana em benefício do Novo Mundo, ali se preserva pelos membros da comunidade, toda a cultura e o patrimônio deixado pelos antepassados quilombolas, embora, tristemente, sem a proteção do tombamento.

Nota: O Candomblé da Barroquinha (Casa Branca do Engenho Velho), de cultura nagô, e o mais antigo da nação de Ketu no Brasil, só se formou por volta de 1790.
Vide:
http://irohin.org.br/onl/clip.php?sec=clip&id=322

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