domingo, 28 de setembro de 2014

Em 2014 é Dilma 13

Dilma na convenção do PT em Salvador (27/6),
Foto: Heinrich Aikawa - Instituto Lula.

Caros leitores, amigos e irmãos: aproxima-se a eleição e com isso seria muito bom que cada um de nós fizesse um exame de consciência sobre em quem devemos votar. Nosso voto é uma arma e pode mudar o destino da nação e com ela o destino de cada um de nós, essa arma pode nos defender ou agir contra nós mesmos. Lembro as palavra do compadre da saudosa Cacilda de Assis, o Exu Rei das Sete Encruzilhadas da Lira: "Nem todo bem é bem, nem todo mal é mal. Há coisas boas que se tormam más e há coisas más que se tornam boas. Não nos deixemos iludir." Gostaria muito que cada um de nós que professa, e ao que segue a nossa espiritualidade, confiasse seu voto para candidatos relacionados à nossa fé e que desde já desmostram-se participativos no combate à intolerância religiosa, a perseguição aos nossos terreiros e nossos locais sagrados. Lutamos por um estado laico onde o direito da liberdade religiosa seja defendido para todos os cidadãos. Mudar é continuar avançando sempre como temos avançado nos programas sociais do governo, e não por em risco a sua continuidade e o seu desenvolvimento. Não olhe tão somente para o seu candidato, mas pelo que tem feito, além de promessas, e por quem o auxilia na elaboração do programa de governo, por esta razão estou com Dilma Rousseff 13 neste dia 5 de Outubro e peço o seu voto e também para os inúmeros irmãos de fé que são candidatos a deputado federal, estadual e senador por esse imenso Brasil a fora!
Um bom domingo a todos.
Da gbo si aó!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Sakpata e a Epidemia de Varíola



Antigamente não se pronunciava o nome Sakpata , dizia-se Azon (de azɔn- doença). Azon era um jovem rapaz que vivia no meio do mato. Havia um homem, um comprador de escravos, que deixou Ajá a procura de escravos para trabalhar na roça. Em seu caminho ele conheceu o pai e a mãe de Azon que o venderam para ele. O comprador de escravos retornando, levou consigo Azon e deu-lhe uma enxada e um pedaço de terra para trabalhar dizendo-lhe o que ali deveria ser feito. Azon fez o serviço, mas não foi feliz nele, ele não arou, não plantou batatas doces que deveriam ser plantadas e quando lhe serviam comida ele não comia, ele não queria comer do milho grelhado. O tempo passava e nada era feito, foi então que seu Dono com raiva, agrediu Azon empurrando-o, e Azon e disse : Ah! -É por isso que quando as vodunsis de Sakpata são possuidos por ele, elas gritam Ah!- Após esse empurrão, todas as crianças de dois ou três anos começaram ali a ter sarampo e os mais velhos a terem varíola e estas doenças tomaram toda aquela aldeia imediatamente. As pessoas de Ajá estavam atemorizadas, toda a gente estava preocupada e resolveram consultar Fá. A consulta revelou uma grave ofensa a uma pessoa, e essa pessoa era um vodum, todos muito assustados perguntaram se poderia ser o escravo que está na casa do comprador e Fá respondeu que sim, era ele. O que eles deveriam fazer para contornar a situação? Questionaram. Fá disse: Apenas deixem que ele vá embora.
Os aldeões, então, foram ver o escravo Azon que estava cantando uma canção:
“O fogo começou em Aja
E assim Aja veio demitir
É isso o que Aja pode fazer para Azon?”
Quando ele terminou sua canção , o chefe da aldeia disse que ele poderia sair e ir para casa. Azon depois voltou para seus pais e disse a seu pai que o vendeu, que errou de propósito com eles com o intuito de voltar para casa, mas como Azon se comportou mal e fez toda essa confusão seu pai considerou como se ele não fosse mais um de seus filhos e deveria ser separado de seus irmãos, então, irritado porque Aja não queria Sakpata ele deu o rapaz para os Kajanu, que eram os nagôs que habitavam em Badagri.
Assim, desde aquela época Azon ficou conhecido como Sakpata (varíola), devido a esta epidemia.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Lenda de Sakpata e Gun




O direito de se abrigar

Certa vez Sakpata resolveu fazer uma viagem com seus filhos e tomou a estrada, e eis que começou a chover forte no lugar que passavam e percebendo que estavam se aproximando da casa de Gun, bateu ali e pediu abrigo para ele e os seus, até que a tempestade passasse e Gun imediatamente convidou-os para entrar. Passado o temporal, Sakpata decidiu retornar com os seus à estrada e prosseguir a viagem, agradecendo a Gun pela acolhida, mas ele respondeu que por sorte foi naquele dia, se fosse um dia depois, não estaria ali para acolhê-los. Sakpata com espanto perguntou por que razão não estaria? Gun respondeu que no dia seguinte seria julgado pelo rei e que de certo lhe condenaria a morte por ter descomprido sua ordem: O interdito do povo construir abrigos, como o que fez, então, Sakpata resolveu ficar até o julgamento para defender Gun.
Chegando ao julgamento, o rei pergunta aos seus qual o melhor meio para matar Gun, e decidem que seria pelo fogo, imediatamente Sakpata, muito temido pela variola, surge ali em sua defesa e pergunta ao rei se ele habita em uma casa, e ele responde que sim, foi Máwu que lhe deu esse direito, e Sakpata responde: Se o rei habita em uma casa porque razão as pessoas teriam de viver debaixo do sol?
Sakpata levanta a Gun trazendo-o para seu lado e grita: Quem ninguém toque em Gun, pois ninguém é obrigado a viver ao relento! Imediatamente o rei e os seus conselheiros se calaram, e desde aquele dia o povo daquela cidade pode edificar os seus abrigos sem ficar à mercê do sol e da chuva.