domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ketu, Uma Cidade Sagrada Para os Povos Ewe.

"Antes de 1600"

"Ketu (Kétou), em Benin nos dias atuais, pôde ser entendida como um ponto de partida apropriado para uma breve história dos povos Gbe-falantes. As tradições ewes se referem a Ketu como Amedzofe* (A Origem da Humanidade) ou Mawufe (O Repouso do Ser Supremo). Acredita-se que os habitantes de Ketu pertenceram originalmente à Oyo e povos da Nigéria, e foram pressionados para o oeste por uma série das guerras entre o décimo e o décimo terceiro século. Em Ketu, os antepassados do discurso Gbe povoam, separaram-se de outros refugiados e começam a estabelecer sua própria identidade.

Os ataques iorubás entre os décimos terceiros e o décimo quinto século dirigiram uma seção grande do grupo ainda mais mais para o oeste. Estabeleceram-se no reino antigo de Tado (também Stado ou Stádó) no rio Mono (no Togo atualmente). O reino de Tado era um estado importante dentro África Ocidental até o décimo quinto século passado.

No curso do décimo terceiro ou décimo quarto século, Notsie (ou Notsé, Notsye, Wancé) foi estabelecida por imigrantes do reino de Tado; Notsie mais tarde (ao redor 1500) transforma-se no repouso de um outro grupo de emigrantes do Tado, os Povos Ewe. Ao redor 1550, imigrantes do Tado se estabeleceram em Allada (ou Alada), um reino que se transformou no centro do Povo Fon. Tado é também a origem do Povos  Aja; de fato, o Aja-Tado conhecido (Adja-Tado) é usado freqüentemente na linguagem.

Outros povos que falam línguas de Gbe hoje são os Povos Gen (Mina, Ge) ao redor de Anexo**, que é de origem provavelmente Ga e Fante, e povos Phla e Pherá, que consiste dos habitantes tradicionais da área misturados com os emigrantes mais adiantados de Tado."

Fonte: 
Worldlingo
(In: http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/pt/Gbe_languages)

(*) Pronuncia-se Amejofe.
(**) Pronuncia-se Aneho (Anerro).

Pièrre Verger foi iniciado em Ifá em Kétou no Benin e lá colaborou com a reconstrução do culto do orixá Oxóssi (Ososi), o Odë Oso Tokan Soso (Odé Oxo Tokan Xoxô, O Caçador de 1 Flecha) refazendo seu culto e repondo sacerdotes e iniciações com a colaboração de sacerdotes brasileiros da Bahia, pois no passado os sacerdotes de Oxóssi foram vendidos às Américas como escravos, e o templo deste orixá foi destruído nos conflitos.


                                                            Ketu nos dias de hoje.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Oríkì Ela (Yorùbá)


Evocando Elá, Oríkì Festivo.


Ela omo osin. Ela Omo Oyigiyigi ota omi.
Espírito de Manifestação, filho do Governador. Espírito de Manifestação, filho de descendentes de pedra d'água.

Awa di oyigiyigi. A ki o ku wa.
Nós nos tornamos manifestação. A pedra que nasceu do Espírito de Manifestação nunca vai acabar.

Ela ro a ki o ku mo, okiribiti. Ela ro (Sokale) Orunko Ifá.
O Espírito de Manifestação desceu à Terra, nós não mais morreremos. Ele é o nome que damos para o destino.

Entiti ngba ni l'a. Nwon se ebo Ela fun mi.
Ele é aquele que nos salvou. Nós fizemos sacrifício ao Espírito de Manifestação.

Ko t'ina, ko to ro.
Ele não tem substância. Ele é imperceptível para ser pensado.

Beni on (Ela) ni gba ni la n'Ife, Oba  a  mola.
Ele ainda livrou os Imortais de todos os perigos, o Chefe é quem sabe quem deve ser salvo.

Ela, Omo Osin mo wari o! Ela meji, mo wari o.
Espírito de Manifestação, filho do governante, eu vos louvo. Espírito de Manifestação, eu te louvo.

Ela mo yin boru. Ela mo yin boye. Ela mo yin bosise.
Espírito de Manifestação louvo o sacrifício que abre o caminho. Espírito de Manifestação louvo o sacrifício que traz a vida. Espírito de Manifestação louvo o sacrifício e o trabalho que prossegue.

Ela poke. Eni esi so wa soro odun. Odun ko wo wa sodun.
O Espírito de Manifestação apareceu. O amigo voltou para o festival deste ano. A celebração recomeça.

Iroko oko. Iroko oko. Iroko oko.
Eu vim de Iroko. Eu vim de Iroko. Eu vim de Iroko.

Odun oni si ko. Ela poke. Ela ro. Ela ro. Ela ro, ko wa gbu're.
A festa voltou. O Espírito de Manifestação apareceu. O Espírito Santo desceu. O Espírito Santo desceu. O Espírito Santo desceu, as orações irá aceitar.

Ela takun wa o. Ela ro o. Eti ire re. Ela takun ko wa gbu're.
O
Espírito Santo desceu com cordas. O Espírito Santo desceu. Seja as orelhas de nossas orações. O Espírito Santo com a corda desceu e irá aceitar as nossas orações.

Enu ire re. Ela takun ko gbure. Oju ire re.
Ouvi as orações de nossos lábios. O Espírito Santo com a corda desceu e irá a aceitar as nossas orações. Ouça as orações em nossos olhos.

Ela takun ko wa gbu're. Ela ma dawo aje waro. Ela ma d'ese aje waro.
O
Espírito Santo com a corda desceu e irá aceitar as nossas orações. O Espírito Santo, com lábios de bênçãos nos abraçará. O poderoso espírito, com lábios de bênção nos abraçará.

Atikan Sikun ki oni ikere yo ikere.
De porta em porta, remova as dobradiças.

Ipenpe'ju ni si'lekun fun ekun agada ni si'ekun fun eje.
Aquele que remove as dobradiças também abre as pálpebras para chorar.

Ogunda'sa, iwo ni o nsilekun fun Ejerindilogun Irunmole.
O Espírito do Ferro, o Espírito do Vento, o Espírito que abre as portas para os Imortais.

Ela panumo panumo. Ela panuba panuba.
O
Espírito Santo retumbante. O Espírito Santo de repercussão.

Ayan ile ni awo egbe ile, ekolo rogodo ni awo ominile.
Perto da fenda na parede, onde os idosos se encontram, a paz que subiu aos céus e não retornou.

  Eriwo lo sorun ko do mo. O ni ki a ke si Odi awo Odi.
N
as tribulações o sacerdote do rebanho é chamado para a Terra. Ele nos pede para convidar o sacerdote da paz.

O ni ki a ke si Ero awo Ero. O ni ki a ke si Egún osusu abaya babamba.
Sobre os espinhos de arbustos nos pede para chamar. Nas tribulações chamamos o Sacerdote antepassado.

A ke si Ero awo Ero, ke si Egún o susu abaya babamba a ni eriwo lo si Orun ko de mo, won ni ki Ela roibale.
Sobre os espinhos de arbustos grossos onde chamamos, para o céu suba calmamente. Espírito Santo desça.

Ela ni on ko ri ibi ti on yio ro si o ni iwaju on egun.
A Paz do Espírito Santo diz: Não tenho para onde descer...

Eyin on osusu agbedem 'nji on egun osusu, awo fa ma je ki'iwaju Ela gun mori on tolu.
Acho que a frente é cheia de espinhos, eu acho que atrás e o meio são cheio de espinhos.

Òrúnmìlà ma jeki eyin Ela gun mosi Olokarembe Òrúnmìlà ma jeki agbedemeje la gun Osusu.
O homem recorreu ao Espírito do Destino orando ao Grande Espírito de Manifestação.

Ela ro. Ifá ko je ki iwaju re se dundun more on tolu.
Espírito Santo desça. Que Ifá retire os espinhos da frente e de trás.

Ela ro. Ifá ko jeki eyin re se worowo.
Espírito Santo desça. Que Ifá retire os espinhos do meio.

Ela ro. Ela ni 'waju o di Odundun.
Espírito Santo desça. No lugar da frente da Paz, que o Espírito Santo se manifeste.

Ela ni eyin o di Tete. Ela ni agbedemeji o di worowo. Ase.
No lugar de retaguarda da Paz, que o Espírito Santo se manifeste. No lugar do meio da Paz, que o Espírito Santo se manifeste. Que assim seja.



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Bobó de Camarão.


Achei na Web, já conhecia a receita, afinal cultuo voduns, só não uso o liquidificador e o fogão a gás no preparo, e as pimentas mudam... dependendo, tem vezes que nem entra na receita.
Quando bem preparado e com as quantidades certas dos temperos, o Bobó de Camarão é realmente um prato delicioso!
Pode ser substituído pelo inhame em algumas ocasiões, constituindo o peté; pelo feijão branco amassado; etc, conforme a finalidade à que se destina, bem como alguns de seus ingredientes.

"Ingredientes"

"2 kg de camarão, com casca
6 xícaras de água (1,5 litro)
1 kg de mandioca
4 colheres (sopa) de óleo
2 cebolas médias, picadas
500g de tomate maduro, sem
pele e sem sementes, picado
1 colher (chá) de pimenta-do-reino
2 colheres (sopa) de coentro picado
1 xícara de leite de coco (240ml)
1/4 de xícara de azeite-de-dendê
Sal e pimenta malagueta ou
dedo-de-moça a gosto"

"Modo de Preparo"

"Descasque os camarões.

Coloque as cascas numa panela com água e leve ao fogo para ferver por 5 minutos. Escorra e reserve o caldo.

Corte a mandioca em pedaços, descasque e cozinhe no caldo das cascas de camarão até ficar bem macia. Retire a mandioca da panela e reserve 2 1/2 xícaras de caldo.

No liquidificador, coloque um pouco do caldo e acrescente aos poucos alguns pedaços de mandioca. Bata e repita a operação, sempre colocando primeiro o caldo e batendo a mandioca aos poucos. Reserve o creme obtido.

Numa panela com o óleo, frite a cebola até começar a dourar. Junte o tomate e refogue bem, mexendo. Acrescente o camarão, tempere com o sal, a pimenta-do-reino e o coentro. Abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por 3 minutos.

Acrescente o creme de mandioca, o leite de coco e o azeite-de-dendê.

Verifique o sal, tempere com a pimenta malagueta e cozinhe, mexendo sempre, até começar a ferver.


Retire do fogo e sirva com arroz branco."



In:
http://www.receitasdecomidas.com.br/bobo-de-camarao.html


Fogão de três pedras, um tipo universal e muito popular na África. É a forma mais primitiva do fogão.
Imagem em cd3wd.com

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Kpatrayɛ


Kpatrayɛ
(Pronuncia-se kpatraié em português)

Clausena anisata  (Willd.) J.Hk. ex Benth

Anis Estrelado


O nome desta rutácea vem do Adja, além do aroma tão conhecido dos licores do Anis Estrelado, é uma planta utilizada externamente em decocção principlamente de seus caules e folhas, associadas ou não a outras, como à conhecida Babosa (Adiadi em ewe) no tratamento de micoses e frieiras dos pés e dermatoses em geral.
Possui algumas atividades antibacterianas e antifúngicas já estudadas. 
Quando pulverizada, esta planta é utilizada para tratar a epilepsia. 


Observação:

Não Confundir esta planta com a  Estrela de Anis, Illicium verum, da China, e que é utilizada para se preparar o fármaco do tratamento da Gripe A, o Oseltamivir (comercialmente conhecido como Tamiflu), ou com o venenoso Aniz Estrelado Japonês, Illicium anisatum.

Veja:   http://papoinformalpapoinformal.blogspot.com.br/2011/01/gbosu-zoxwn.html