sábado, 27 de dezembro de 2008

Oferenda ao Vodún na Mata.

"Une journée d'offrandes"
Uma Jornada de oferendas - de Alain Adebiyi (Tradução de Ifabimi)
Fonte:
http://aac-expositions-debats.jimdo.com/extrait_de_la_confyrence.php

Esta manhã, a vila acordou, lentamente, como em seu diário, pelo berro de cabras no cio. No entanto, este dia é um pouco comum. Toda a gente sabe, os papéis são atribuídos. Nada menos que sete deuses vodun (Orisha), será a nossa 'visita'. Cinco deles serão antes do sol estar em zênith. E depois? Proibido se fazer sacrifício animal.
Em fila única, o grupo, por um caminho muito estreito, entre palmas esparsas, mangueira esboroando Frutas, e pequenos lotes de seguidores do vodun com cultivo de mandioca, é o rumo que marchamos em frente.

Cerca de um quilômetro... Dan (a cobra-vodun) está lá. Mas onde? Um tronco morto, caído no chão, e sobre ele, como em um pequeno cache, Dan adormece. Duas garrafas de vidro, um Gozin (espécie de pequeno vaso de terracota, de estreito pescoço): este é o Dan! Ele (o sacerdote que fazia as oferendas) falou, e explicou o motivo da nossa visita, e convidou a aceitar a oferta como um sinal de agradecimento ao voto de um ex-haussá. Como para todos os outros voduns, uma noz de Kola chamada 'vi' e que está dividida em quatro partes, será a voz de Dan. Para a divindade aceitar, ou não aceitar as ofertas. Aceitação houve; satisfação! O Sodabi (vinho de palma), refrigerantes açucarados, uma galinha e um galo sacrificados, cujo sangue é misturado com azeite-de-dendê (zomi), bolachas, mel, feijão vermelho preparado: Dan é reputação. O grupo, então, retorna feliz com o dever cumprido.

Voltamos, mais tarde para recomeçar, dessa vez para o Salvar Gu (Ogun). Gu é o Deus do metal, patrono dos ferreiros e Deus da guerra. Os adeptos de Gu não são os mesmos de Dan, e o cerimonial muda um pouco, inclusive Gu não recebe o Sodabi (vinho de palma), as lendas proíbem, e o bom senso em comum: Um Deus da guerra inebriado pode realmente correr um grande risco!

Agora, vem a vez de louvar Hohovi (Ibeji; Hoho), o culto dos gêmeos. Ao contrário de outros voduns que estão sobre o chão, Hohovi foi levantado em um 'altar' de cimento - grandes blocos em paredes lisas. Sobre o prato, muitas gravações e incrustrações, cujas formas nos lembram dos gêmeos. Por último as oferendas, eles voltam a beber e a comer. Quatro porções de kola indicam claramente que Hohovi têm fome e sede. Jamais álcool para gêmeos, mas: Refrigerantes, bolachas, sangue vermelho misturado com azeite-de-dendê, e a farinha de milho especialmente avermelhada com dendê, sal que é salpicado por cima, e os depenados, onde se usou um ritual específico.

Neste ponto, nesse mesmo dia, continuamos a agradecer, agora: Legba (Exu Elegba) mensageiro dos deuses, está posicionado entre os homens e Mawu (Obatala / Orishanla), a divindade superior. Não fomos à noite para a visita por não podermos sacrificar ao pôr do sol. Ele também aceita doações, também recebe dinheiro para o álcool, açúcar, sangue, óleo. Legba tem uma característica: O sacrifício animal deve ser comido no local, então, acendemos uma fogueira sob uma clareira; evisceramos; improvisamos e cozinhamos; e todos, em comunhão com Legba, participamos da partilha de frango magro sacrificado.